Tudo no tempo, tem Tempo
Orixá " Tempo "
Água, Terra, Fogo e Ar; Primavera, Verão, Outono e Inverno; Norte, Sul, Leste e Oeste; Frio, Calor, Seca e Tempestade; Dias, horas, minutos e segundos contam o tempo que passa, circula, gira a roda e chega até aqui.
O Tempo é um Orixá muito respeitado no Candomblé, porque todos os pedidos, trabalhos e oferendas são feitos no tempo. É necessária a permissão do Orixá Tempo para que todas as coisas ocorram no seu tempo, seja curto ou longo, é no tempo que tudo acontece. O Tempo não pára e muda a qualquer tempo.
O Orixá Tempo é representado pelo Iroko, a grande árvore de raízes que saem do chão, e que fica na frente das Casas de Candomblé. O Tempo é conhecido também como Orixá da Gameleira Branca e Gentilheiro por comandar os gases da atmosfera. Junto com Oxumarê controla o ar que respiramos. Com Oxossi e Ossain zela pela natureza. Acompanhado de Omulu espalha as pestes e as doenças epidêmicas, como também as suas curas.
O Orixá Tempo é quem comanda a meteorologia, sendo o responsável pelas tragédias e grandes catástrofes como as que estão ocorrendo nos dias atuais: terremotos, tufões, tsunamis, peste bubônica, pandemia de gripe suína e acidentes aéreos.
O mito diz que no princípio de tudo o Iroko, o guardião de bons e maus presságios, era capaz de muita magia e se divertia com as pessoas que passavam por perto dele atirando frutos e pedras guardadas nos ocos de seu tronco. Conta uma lenda que as mulheres de uma aldeia ficaram estéreis por ação das feiticeiras Iyami e foram pedir ao Iroko fertilidade. Em troca o Iroko pediu dádivas, pelo fundamento de que para ter é preciso agradecer, ou seja:
O mito diz que no princípio de tudo o Iroko, o guardião de bons e maus presságios, era capaz de muita magia e se divertia com as pessoas que passavam por perto dele atirando frutos e pedras guardadas nos ocos de seu tronco. Conta uma lenda que as mulheres de uma aldeia ficaram estéreis por ação das feiticeiras Iyami e foram pedir ao Iroko fertilidade. Em troca o Iroko pediu dádivas, pelo fundamento de que para ter é preciso agradecer, ou seja:
“é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos”.
Todas as mulheres concordaram em trazer presentes para o Iroko assim que engravidassem - o que ocorreu - contudo uma delas só possuía como riqueza o seu filho e por amá-lo demais não cumpriu o acordo feito com o Iroko que raptou a criança quando esta brincava ao seu redor. Quando a mãe chegou ao Iroko para lhe pedir o filho de volta, este a lembrou da promessa feita e ameaçou matar o novo filho gerado.
Desesperada a mãe procurou um babalaô que jogou os búzios e aconselhou que ela trocasse o filho por um boneco de madeira com feições de criança e que antes de fazer a troca pelo filho, banhasse o boneco com algumas ervas específicas para confundir o Iroko quando este estivesse dormindo. Por isso até hoje se vê nas gameleiras brancas o bebê de Iroko repousado em seus galhos. E é na copa do Iroko que vivem as ajés, as feiticeiras da floresta, as Iyami Oshorongá. Vai lendo e ouvindo Caetano pra ficar no tempo .
Na nação Congo-Angola, o Tempo não é um orixá-árvore e sim uma divindade cultuada aos pés de uma árvore sagrada. Os filhos de Tempo são inteligentes, líderes responsáveis e temperamentais. Usam búzios, vestem tons de azul e verde e dançam garbosamente de forma ágil por serem senhores de seus passos e terem a decisão em suas mãos. Seguram na mão direita uma ferramenta tipo uma grelha e na esquerda um punhal.
No seu assentamento ao pé do Iroko estão fincados uma grelha e um pássaro, ambos de ferro. Anualmente, no dia de sua festa nos terreiros de candomblé, a faixa branca de morim que entrelaça o Iroko é trocada.
Segundo a Nação de Angola e Congo a história do Orixá Tempo é a de um homem agitado que fazia tudo ao mesmo tempo e de forma brilhante, mas mesmo assim se queixava de que lhe faltava tempo para fazer mais coisas. Cobrando mais tempo para Oxalá, este lhe deu o tempo para administrar.
Segundo a Nação de Angola e Congo a história do Orixá Tempo é a de um homem agitado que fazia tudo ao mesmo tempo e de forma brilhante, mas mesmo assim se queixava de que lhe faltava tempo para fazer mais coisas. Cobrando mais tempo para Oxalá, este lhe deu o tempo para administrar.
E, na Terra, o povo clama pelo seu Orixá!
“ E Tempo Zará e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para trabalhar...
E Tempo para trabalhar...
E Tempo Zará e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para comer...
E Tempo Zará e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para beber...
E Tempo Zará e Tempo Zará Tempo ô!
E Tempo para viver...”
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